domingo, 23 de novembro de 2008


Lagartas de uma espécie de borboleta azul têm um disfarce que faz com que formigas operárias se dediquem a alimentá-las, acreditando que são larvas de formiga
Pesquisadores do Centro de Evolução Social da Universidade de Copenhague demonstram, no trabalho, que a fraude da lagarta envolve o sentido do olfato, e que existe uma "corrida armamentista" de perfumes entre lagartas e formigas. As borboletas, do gênero Maculinea, fazem com que suas larvas sejam "adotadas" por formigueiros e enganam as formigas para que alimentem as lagartas, enquanto os filhotes de formiga ficam abandonados e morrem de fome. A região dinamarquesa da Jutlândia é um dos últimos refúgios de uma dessas espécies de borboleta. Os pesquisadores David Nash, Jacobus Boomsma e colegas descrevem como as lagartas imitam os sinais químicos das formigas, induzindo-as a abandonar os bebês de sua própria espécie em favor dos filhotes de borboleta. Mas o trabalho também mostra como as formigas evoluem para escapar dos parasitas, alterando o próprio cheiro. Mas essa saída pela evolução só funciona se as formigas parasitadas não cruzarem com formigas que vivem longe das lagartas e, por isso, não são vítimas do parasita. A resistência ao perfume da lagarta não é passada de modo eficiente para as populações híbridas, porque os genes da imunidade se diluem em meio aos genes não-resistentes. Os cientistas da Universidade de Copenhague demonstram que a seleção natural em favor da resistência só ocorre quando rainhas de formigueiros parasitados acasalam com machos de outro formigueiro também vitimado pelas borboletas.

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