terça-feira, 11 de novembro de 2008


Cientistas decifram genoma de macaco reso


DNA do animal tem 93% de semelhança com material genético humano, afirma estudo. Dados serão importantes para entender evolução e melhorar pesquisa biomédica.


Uma equipe internacional de pesquisadores publica nesta semana a seqüência completa do genoma do macaco reso (Macaca mulatta), um dos animais mais importantes para o estudo de doenças humanas em laboratório.
O bicho se separou da linhagem que daria origem ao Homo sapiens há cerca de 25 milhões de anos, mas seu DNA ainda é 93% idêntico ao de uma pessoa -- e pode dar pistas valiosas sobre as principais características genéticas da humanidade.
Os resos, nativos da Ásia, são a terceira espécie de primata a ter seu genoma decifrado, depois dos humanos e de seus parentes mais próximos, os chimpanzés (cujo grau de semelhança conosco fica muito próximo dos 99%).
E esse é um dos principais valores de obter o mapa genômico do Macaca mulatta: por ser um primo nem tão próximo e nem tão distante, ele funciona como termo de comparação para saber quando, ao longo da evolução, certas mudanças aconteceram na linhagem humana.
Suponha, por exemplo, que uma mutação apareça tanto em humanos quanto em chimpanzés, mas não entre resos: o mais provável, nesse caso, é que ela tenha surgido após a separação da dupla humano-chimpanzé, mas antes que esses dois se separassem.
Já uma característica genética compartilhada por resos e humanos, mas não por chimpanzés, provavelmente indica que quem mudou ao longo do tempo foram os chimpanzés (e não humanos e resos independentemente).
Tudo isso significa uma nova janela para o entendimento da evolução humana, mas o genoma recém-sequenciado promete também frutos mais práticos.
Os resos são muito usados para estudar a neurobiologia dos primatas e todo tipo de doença infecciosa.
Para testar vacinas contra Aids ou gripe, por exemplo, os bichos são o principal alvo. E os dados do genoma devem tornar esse processo mais eficiente e preciso.

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