terça-feira, 11 de novembro de 2008

A anatonimia da reprodução



A gravidez evolui ao longo de 9 meses, durante o qual uma célula fecundada divide-se sucessivamente para acabar num ser humano com cerca de dez mil biliões de células.

Os sistemas de reprodução masculino e feminino complementam-se para criarem filhos, por reprodução sexual envolvendo gónadas, gâmetas e cópula.

Gónadas são órgãos sexuais que produzem gâmetas:
1. No homem, diariamente os testículos produzem centenas de milhões de espermatozóides, que aparecem ejaculados como um líquido translúcido, ao mesmo tempo escorregadio e meio viscoso, sob o nome vulgar de esperma ou sémen, ou que são absorvidos pelo organismo. (Pág. 4)
2. Na mulher, os ovários produzem cada mês, e geralmente alternadamente, um único oócito II (também conhecido por óvulo) que, ou é fecundado pelo espermatozóide gerando um feto ou, caso contrário, é expelido no sangue menstrual. (Pág. 5)

Gametogénese é o processo usado na formação e desenvolvimento das células sexuais primordiais, ou gâmetas, que implica um tipo especial de divisão celular, a meiose.

Na divisão por mitose, há várias fases de divisão e fenómenos citoplásmicos e nucleares da célula mãe, dividindo-a em células gémeas, com 46 cromossomas cada. É a divisão celular mais vulgar no nosso corpo. Numa divisão por mitose, as células filhas são gémeas entre si e iguais à célula mãe que se dividiu nelas duas. Se tivermos uma gota de um líquido homogéneo e a dividirmos ao meio obtemos duas gotas quimicamente iguais à gota mãe: é uma imagem, simplicista, de mitose

Na divisão por meiose a célula mãe é dividida em duas células sexuais haplóides, isto é, células com 23 cromossomas em vez dos 46 encontrados originais, o que assegura que, durante a fecundação o número de cromossomas da espécie permaneça constante de geração para geração. Quando se dá uma meiose as duas células filhas são irmãs gémeas entre si mas não são idênticas à célula mãe que se dividiu nelas duas porque apenas têm metade dos seus cromossomas.

Curiosidade:

Em 1677 Leewenhoek e Hamm usando um microscópio melhorado observaram pela primeira vez um espermatozóide e pensaram que ele continha um ser humano em miniatura (homúnculo ou animálculo) que se desenvolvia quando depositado nos órgãos sexuais femininos: o espermatozóide era a semente, o óvulo (feminino) era o terreno de plantação.

Outros investigadores diziam que o homúnculo existia nos óvulos.

Só por volta de 1775 é que Spallanzani demonstrou que eram necessários um espermatozóide e um óvulo para haver reprodução humana (na natureza) na qual o esperma era o factor fecundante, deitando por terra as teorias dos animalculistas.

O espermatozóide foi, a certa altura no passado, considerado um parasita. É um organismo microscópico com cerca de 0,05mm de comprimento. Tem uma cabeça oval achatada e uma cauda longa (cerca de 10 vezes o tamanho da cabeça) ou flagelo. A zona unindo a cabeça à cauda é o pescoço que contém os centríolos. A cabeça é composta de um núcleo haplóide (23 cromossomas do tipo X ou do tipo Y). Dois terços da parte anterior da cabeça estão cobertos pelo acrossoma, ou capuz acrossómico ou capuz cefálico, contendo mais de 10 enzimas que o ajudam a penetrar a coroa (células foliculares) e a zona pelúcida no óvulo. O flagelo, fibroso, contem mitocôndrias em espirais que fornecem a energia necessária para um lento movimento obtido por ondulação da cauda.

Diariamente são produzidos mais de 200 milhões de espermatozóides mas leva ao testículo 8 a 10 semanas para gerar o espermatozóide maduro. No tracto genital os espermatozóides conservam-se activos por vários meses mas se não forem ejaculados degeneram e são absorvidos pelo organismo.

Viagem ao futuro?

Se forem diluídos numa solução adequada e congelados eles podem ser mantidos activos por muitos anos. (Bancos de esperma). Contudo por razões desconhecidas nem todo o esperma humana aceita congelação.

Cientistas japoneses já conseguiram criar espermatozóides de proveta implantando células estaminais embrionárias em testículos, o que as converteu em espermatozóides, aparentemente normais.



A cabeça do espermatozóide é ovalada e achatada:
H1= Cabeça, vista por cima.
H2= Cabeça, vista lateral
1= Membrana celular
2= Capuz acrossónico 3= Núcleo
4= Pescoço e centríolos
5= Secção média
6= Mitocôndrias
7= Secção principal da cauda
8= Secção final da cauda
Que desperdício!

1- 20% dos espermatozóides são defectivos, por várias razões, mortos, ou incapazes de se movimentarem.
2- 25% morrem tão depressa entram em contacto com o ambiente ácido vaginal.
3- Muitos são mortos pelo sistema de protecção feminino.
4- Muitos ficam encravados à volta do colo do útero e no canal cervical.
5- À medida que o esperma entra no útero cria uma substância coagulante que tende a tapar o orifício do colo do útero para evitar o retorno do esperma à vagina, pelo que espermatozóides retardatários serão impedidos de entrar.
6- Um volume considerável pode perde-se por refluxo para a vulva e daí para o exterior.
7- Como resultado destes percalços menos de 1%, provavelmente apenas umas centenas de espermatozóides, conseguem ir procurar o óvulo nas trompas de Falópio!
8- Se a mulher atingiu o orgasmo então o útero é estimulado e tenta dar uma ajuda "sugando" o esperma para o seu interior.

O sistema reprodutivo masculino produz os espermatozóides e faz a sua transferência para a mulher através do coito ou cópula.

O sistema reprodutivo feminino não só produz os óvulos e recebe os espermatozóides mas tem que cuidar da fertilização do óvulo, da sua metamorfose de zigoto a blastocisto, da sua implantação no útero, da sua alimentação e protecção ao longo do seu desenvolvimento de embrião a feto durante os 9 meses de gestação e por fim entregar o bebé e amamentá-lo. É um processo traumático e extremamente complexo !

Nenhum comentário: